[SEXUALIDADE] SOFIA FRAGOSO: EU NÃO QUERO PARECER UMA MULHER, EU SOU UMA MULHER

Hítalo Raynnã* Matheus Simão*

Em uma entrevista descontraída, a transexual, Sofia Fragoso, ou travesti -como a mesma gosta de se denominar como forma de militância- conta um pouco de como aconteceu seu processo de descoberta da sua transexualidade, a maneira que ela lida com a intolerância e a reação de sua família e amigos. 

Ao contrário do que muitos pensam transexualidade não é uma orientação sexual, e sim, uma identidade de gênero. Ocorre quando o indivíduo nasce com um sexo biologicamente, mas não se identifica com o mesmo. Já o termo travesti funciona mais como uma “expressão de gênero”, a maneira como a pessoa se mostra para os outros, e sua diferença está na autoidentificação. Sofia, além de ser trans, sua orientação sexual é a bissexualidade. 

Que é a atração sexual e afetiva por ambos os sexos binários - o que confunde ainda mais aqueles que não diferem orientação sexual de identidade de gênero -. E de forma educativa, ela nos conta como, pacientemente, teve que explicar ao seu pai essa questão, assim que começou a namorar uma garota. “gênero não tem nada a ver com sexualidade, minha identidade de gênero é feminina, minha sexualidade é bissexual. Se eu estou em um relacionamento com uma mulher, é um relacionamento lésbico, se eu estou em um relacionamento com um homem, é um relacionamento heterossexual. Jamais o meu relacionamento com uma mulher vai ser hétero e meu relacionamento com um homem vai ser gay, porque eu sou uma mulher.” explicou Sofia. 

O Brasil lidera o ranking dos países que mais mata pessoas transgêneras em todo o mundo. Grande parte desses homicídios acontece dentro da própria família. Sempre de cabeça erguida e um sorriso no rosto, Sofia Fragoso, mostra que isso pode mudar, ao relatar que apesar do medo de perder sua família no começo, ao se assumir transexual para seus pais, contou com o apoio de ambos e hoje sente que pode ser ela mesma.